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OPINIÃO: Cultura da paz precisa ser valorizada e compartilhada

Urge a prática por uma cultura da paz e não-violência mundial, principalmente entre os jovens. Como movimento, a cultura de paz iniciou-se oficialmente por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1999. A prioridade está em prevenir situações que possam ameaçar a paz e a segurança, como o desrespeito aos direitos humanos, discriminação e intolerância, exclusão social, pobreza extrema e degradação ambiental. Para isso, as principais ferramentas são a conscientização, a educação e a prevenção.

De acordo com a Unesco, a cultura da paz "está intrinsecamente relacionada à prevenção e à resolução não-violenta de conflitos" e fundamenta-se nos princípios de tolerância, solidariedade, respeito à vida, aos direitos individuais e ao pluralismo. Cada pessoa deve estar comprometida em promover e vivenciar o respeito à vida e à dignidade da outra, sem discriminação ou preconceito. Isso passa por rejeitar qualquer forma de violência e compartilhar o tempo e os recursos com generosidade. Precisamos dar um fim ou amenizar a exclusão, a injustiça e a opressão política e econômica. Igualmente, desenvolver a liberdade de expressão e diversidade cultural por meio do diálogo e da compreensão do pluralismo. O consumo responsável é outra meta a ser alcançada, pois o respeito a todas as formas de vida vai contribuir para o desenvolvimento da nossa comunidade, cidade, Estado, país e planeta.

Educar para a paz é o grande desafio. E isso começa nos lares e nas escolas, ou seja, nos níveis elementares de qualquer sociedade. A educação necessita ser orientada para a cultura da paz. Os governos devem priorizar os investimentos nesta área. Oferecer estruturas adequadas, pagar bem os professores e incentivá-los à capacitação são meios de contribuir para o êxito dessa caminhada para a cultura da paz. A formação de novos docentes envolvidos com a temática da paz também deve ser implementada.

Evidente que os governos devem colocar em prática políticas públicas que proporcionem mais oportunidades de empregos, justiça social e inclusão, sobretudo, dos menos favorecidos. As causas e os efeitos da violência precisam ser enfrentados pelas lideranças políticas e os órgãos de segurança com inteligência, o uso da tecnologia e a qualificação e valorização dos agentes. Extirpar a violência da sociedade é uma tarefa árdua. O mero incentivo ao uso de armas só tende a aumentar a violência e a tabela das estatísticas de mortes.

O Monitor da Violência, uma parceria do portal G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou que foram registrados 51.589 assassinatos no ano passado, no Brasil, ante 59.128 em 2017. Mesmo com a redução, o número de vítimas ainda é alto. São 24,7 mortos a cada 100 mil habitantes. O levantamento feito pelo G1 teve como base dados oficiais dos 26 Estados e do Distrito Federal. No Rio Grande do Sul, em 2018, foram 2.447 vítimas por crimes violentos, ante 2.994 em 2017.

No século V antes de Cristo, o geógrafo e historiador grego Heródoto já dizia que, "em época de paz, os filhos enterram os pais, enquanto em época de guerra são os pais que enterram os filhos". Lamentavelmente, temos visto muitos jovens, principalmente, tombando diante de um mundo violento, individualista e desigual, no qual a educação e a paz perdem de goleada para o culto às armas. Isso precisa mudar.

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